AS CRIANÇAS AMAM ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS
AS CRIANÇAS AMAM ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS
POR ANA GARLET
Bert Hellinger é categórico: “todas as crianças são boas”. Para ele, nenhuma criança é difícil, mesmo as que são “diagnosticadas” como hiperativas, depressivas ou aquelas com personalidades questionadoras e desafiadoras. Uma verdade dolorida para nós pais.
Este filósofo e terapeuta alemão vai mais além: ele diz que estas são as crianças que mais amam a sua família, pois elas aceitam com todo o amor (mesmo que lhe custe o próprio futuro ou a própria vida) a “tarefa” de manifestar um sintoma que precisa ser tratado no seu sistema, no seio de sua família.
Para o criador deste novo método de terapia, chamado de Constelações Familiares, o que é difícil não é a criança e sim o sistema dela. Bert traz um novo olhar sobre as dificuldades e destinos difíceis nas famílias.
Marianne Franke, pedagoga e professora alemã que se apaixonou pelas Constelações e levou-as para dentro das salas de aula (experiências relatadas no livro “Você é um de nós”, da Editora Atman) também demonstra as mesmas conclusões de Hellinger: “As crianças são naturalmente boas, elas são o nosso milagre. O que elas fazem é que elas amam a família a ponto de adoecer e até morrer por ela.”
Então elas não são “difíceis”?
Não! Algo na família destas crianças está em desordem. É muito doloroso para os pais ou cuidadores olhar para esta realidade: algo não está bem, algo precisa ser visto. Muitos não conseguem olhar.
A desordem principal de uma família, diz Hellinger, é que alguém foi excluído ou esquecido. O que esta criança faz? Olha para aqueles que foram excluídos. À medida que os excluídos retornam ao campo de visão, esta criança se sente desobrigada e pode olhar novamente para si mesma, para seus talentos, para seus sonhos e para seu futuro.
E o que é esta exclusão? Pode ser alguém do sistema familiar que não é aceito por ser diferente, por ter tido um destino difícil, por ter cometido algum erro considerado inaceitável na família. Pode ser alguém até de gerações anteriores, alguém de quem nem se aceita falar, alguém que está relacionado até na forma de um segredo.
As constelações mostram que nada pode ser excluído, porque tudo e todos fazem parte, do jeito que foi e aconteceu.
Não se pode mudar a história de nossa família, mas podemos e devemos honrar cada um que veio antes de nós e que contribuiu para que esta família continuasse, do jeito que foi possível. Quando todos recebem o seu lugar, todos podem respirar aliviados e a vida se torna mais leve. Inclusive para estas crianças.
As crianças mais difíceis são aquelas com o maior amor. Muitas vezes, porém, não sabemos para onde elas estão olhando.
Se você acha que esta “criança difícil” possa estar morando na sua casa, venha olhar para esta dinâmica com os olhos das Constelações Familiares. É possível que novas informações possam vir à luz sobre o que pode estar tomando a vida e a atenção desta criança. Você poderá se surpreender!
Hellinger afirma que, quando vemos O QUE É, DO JEITO QUE É, sem nossas fantasias e medos e conseguimos incluir tudo, uma nova oportunidade está nascendo e toda a família poderá crescer com isso.
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