VOCÊ É FELIZ?

VOCÊ É FELIZ?

14/03/2016 Coaching Desenvolvimento Humano PNL Psicologia Qualidade de Vida 0

Feliz

VOCÊ É FELIZ?
Por Sara Matos | Psicóloga e Aromaterapeuta

 Essa é uma daquelas perguntas que se faz e a resposta é quase sempre “senta que lá vem história”. Dizem que o que é felicidade para uns não é para outros. O que se sabe é que, desde que o mundo é mundo, buscamos essa tal felicidade todos os dias da nossa vida.

No dicionário, felicidade é o estado de quem é feliz; é bem-estar e contentamento. Para alguns teóricos da psicologia, somos felizes porque atingimos nossos objetivos, sejam eles de satisfação das nossas necessidades ou de redução da tensão psíquica. Outros defendem que é a busca pelos objetivos, e não seu atingimento em si, que nos torna felizes. E ainda há quem afirme, através de pesquisas científicas, que 50% da felicidade é de base genética, deixando os outros 50% para ser explicada por outros componentes não biológicos (ambiente, cultura, relações, circunstâncias da vida…)

Acho que todas essas definições são válidas, mas nenhuma delas sozinha tem o conceito completo do que é ser feliz. Para mim, a melhor definição de felicidade é o equilíbrio entre uma atividade gratificante, uma vida com propósito e necessidades satisfeitas. Nesse contexto, me sinto feliz quando leio um livro que me toca e me faz ampliar meus conhecimentos; quando danço sem me importar com o que pensam; quando um cliente meu elabora sua vida e lida cada vez melhor com suas emoções; quando vejo alguém usando os produtos que eu fiz com tanto afeto; quando meus gatos dormem perto de mim; quando saio com meus amigos… Tudo isso e muito mais me faz feliz. Acredito também que fatores genéticos tem grande influência na forma como experienciamos emoções positivas, então ser feliz é, em parte, uma herança de família, mas que também pode ser influenciada pelo livre arbítrio.

Bom, é possível viver feliz e sorrindo 24h por dia? Na animação Divertidamente, a personagem Joy (alegria ou felicidade em inglês) acha que a vida da Riley deve ser dirigida somente por ela. Ela sabe quando Riley está sob seu comando, tudo sai do jeito que ela quer… Ela, a alegria, é a principal emoção da menina. Com o passar do tempo, a medida que a história vai se desenrolando, Joy percebe que todas as emoções têm seu papel no desenvolvimento da garota. No seu amadurecimento (porque sim, emoções também amadurecem), ela aprende a dividir a mesa de controle com as outras emoções para que elas escolham quais delas ajudam a Riley a lidar melhor com a situação. Isso quer dizer que é saudável sentir todas as emoções durante a vida, escolhendo aquela que melhor te ajuda a enfrentar a situação naquele momento. Ou seja, uma pessoa pode ser uma otimista nata, mas isso não quer dizer que ela não possa (e deva!) sentir raiva, medo, nojo e até tristeza.

Tristeza? Uma pessoa feliz pode sentir tristeza? Sim! Não só pode como deve, desde que essa emoção faça sentido com o momento. Se você está em uma festa na qual todos estão se divertindo e você está triste, é preciso entender a origem dessa tristeza para poder checar se ela é um estado natural e necessário ou não. Mas venhamos e convenhamos que ficar triste durante uma celebração não combina, certo?! A diferença é que pessoas que sentem mais emoções positivas que negativas ao longo do tempo, após um evento que evoca emoções negativas, voltam ao estado emocional positivo com maior rapidez. São pessoas mais resilientes e, normalmente, se vêem como mais felizes.

Todos nós, a todo momento, experimentamos emoções positivas e negativas. Quero dizer com isso é que todos somos felizes. Alguns mantém esse estado por mais tempo, outros por menos, mas isso não quer dizer que não saibamos como ser felizes. Talvez a pergunta certa não seria “sou feliz?” e sim “como posso aprender a ser mais feliz?”. Para isso, vão algumas dicas que podem te ajudar nesse caminho:

  1. Dinheiro não traz felicidade. As pessoas se adaptam a tudo o que lhes acontece, desde uma riqueza a uma deficiência. E ter dinheiro é como ter saúde: sua total ausência gera sofrimento, mas sua presença não te garante a felicidade.
  2. Assuma o controle do seu tempo. Quando você tem objetivos pelos quais lutar, sua vida ganha um novo significado. Talvez você se sinta frustrado por colocar objetivos diários e, as vezes, não conseguir cumpri-los, mas não subestime o que você pode conseguir em um ano, dando um passo por vez, todos os dias.
  3. Aja de maneira feliz. Já tentou sorrir para alguém no metro, ar um bom dia para o motorista ao lado e ver a reação positiva neles e o reflexo seu próprio corpo? Parece que quando sorrimos, o mundo sorri de volta. No começo, parece forçado, mas com o tempo você vai ver que ações positivas geram emoções positivas.
  4. Procure atividades de trabalho e lazer que exijam o emprego de suas habilidades. Quando usamos os dons que temos, nossa vida fica cheia de significado e completude.
  5. Exercite-se! Levanta do sofá e se mexa! O que não falta é pesquisa que prova que exercícios melhoram energia e saúde, mas que também são um antídoto para depressão leve.
  6. Durma bem. Uma boa noite de sono não só restaura o corpo, mas também a mente e nos mantém saudáveis. Muitas pessoas têm déficit de sono, que gera fadiga, redução de atenção e tristeza.
  7. Dê prioridade a relacionamentos íntimos. Dizem que se reconhece os amigos verdadeiros em momentos de dificuldade. Então, procure valorizar seus relacionamentos íntimos, e não tratá-los como se eles tivessem a obrigação de aguentar tudo de você. Nos momentos de felicidade e de tristeza, busque conversar e se abrir de forma franca e amorosa, pois são eles que estarão ao seu lado te apoiando a todo momento.
  8. Tenha foco para além de você mesmo. Ajudar os outros traz bem-estar e felicidade. Fazer o bem para se sentir bem.
  9. Mantenha um diário de gratidão. Reconheça as boas coisas que lhe acontecem. Pessoas que param em algum momento do dia para refletir sobre aspectos positivos que lhe aconteceram são mais propensas a experimentar um bem-estar e felicidade elevados.
  10. Alimente seu eu espiritual. Não precisa necessariamente ser uma religião, mas ter um eu espiritual mais desenvolvido, seja com meditação, oração ou só uma reconexão consigo mesmo. Pessoas ativamente religiosas (no sentido de religare, reconexão com o eu superior) são mais felizes e enfrentam melhor as crises.

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